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Mamoru Morishita: o gênio oriental da guitarra e do violão.

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Mamoru Morishita: o gênio oriental da guitarra e do violão.

Exímio lutador de boxe e guitarrista. Pouco para designa-lo. É reconhecidamente um dos maiores musicistas da Ásia, com performances histórias como, no JazzRockTv na Alemanha, em agosto de 2015, e no Jazz Hot Anniversary na França, em novembro do mesmo Ano.

A parceria com a cantora Ithamara Koorax (brasileira de Niterói) – considerada por 14 anos consecutivos por publicações como Rolling Stone, e outras revistas especializadas em Jazz, como a melhor cantora de Jazz do mundo, são um dos grandes encontros musicais do Mamoru Morishita.


Como a música se tornou importante na sua vida, e quantos anos você tinha?

Mamoru Morishita – Eu estava com 14 quase 15 anos de idade, foi quando eu ouvi pela primeira vez a banda Deep Purple, e o solo de guitarra de Highway Star. Eu entrei em estado de choque! O solo da guitarra mudou toda a minha vida.


Quando foi o seu primeiro contato com a música brasileira, e como aconteceu?

Mamoru Morishita – Eu era apenas um guitarrista de rock, não que eu achasse pouco, mas encontrei na complexidade do Jazz e da Bossa Nova uma oportunidade de aprender mais, um conhecimento que eu acredito importante, e somou muito. Eu precisava estudar, e descobri o Jazz e a Bossa Nova, foi assim, que tive o meu primeiro contato com a música brasileira.


Como aconteceu o seu encontro com a maior Jazzista brasileira, Ithamara Koorax, vencedora de vários prêmios mundiais, e reconhecida mundialmente como a maior cantora brasileira de Jazz no mundo?

Mamoru Morishita – Quando eu comecei a estudar o Jazz e a Bossa Nova, meu conhecimento era irrisório, e nada sabia sobre os cantores, os músicos, foi quando comprei um álbum de Bossa Nova. E ouvi uma voz muito bonita, que tocava a minha alma, e descobri que se tratava da Ithamara Koorax. Mas o maior acontecimento foi tê-la cantando as minhas composições. Serei eternamente grato, e a agradeço diariamente por isso. Enquanto eu estiver vivo Ela terá o meu muito obrigado!


E agora o encontro com a Fernanda Takai, o que poderemos esperar do encontro, teremos novidades musicais?

Mamoru Morishita – A Fernanda é uma pessoa gentil, e bem humilde. Eu adoro todos os meus amigos brasileiros. São pessoas especiais. Sobre parceria vamos cruzar os dedos, será um prazer tocar para a Fernanda.


Você não veio ao Brasil ainda, mas sei que você tem o conhecimento da relação intensa do brasileiro com a música. O brasileiro é super musical. Os japoneses também são fascinados por música, assim como os brasileiros?

Mamoru Morishita – Pode soar estranho, mas depois que estudei o Jazz e a Bossa Nova, não ouço com bom gosto a música japonesa, sei que temos coisas boas, mas a música japonesa hoje se apresenta de forma simplória, em relação a complexidade do Jazz e da Bossa Nova. E com certeza não somos musicais como vocês.


Como é ‘viver’ de música no Japão?

Mamoru Morishita – Quando eu estudava música eu me dedicava só para a música, gosto do meu trabalho, e somos valorizados no Japão, talvez não com esse status de celebridade como nos países ocidentais, mas somos reconhecidos. E acho que a música humaniza, então é sempre importante.


No Brasil, a indústria fonográfica sempre foi detentora do mercado musical, mas atualmente, com o advento da internet, e as plataformas musicais digitais, o ‘mercado alternativo’ ganhou força e apresenta diariamente novos artistas. Como é a relação indústria fonográfica x produção alternativa e as plataformas digitais x consumo mercadológico, no Japão?

Mamoru Morishita – A internet e as plataformas digitais de música são importantes porque socializam a música. Mas ao mesmo tempo vender álbuns ‘físicos’ está difícil. Sobre o mercado alternativo ele também é grande aqui no Japão. E a indústria fonográfica atua com estes fatores interferentes. Eu espero que haja uma harmonização para que ninguém saia perdendo.


No Brasil, a música desempenha um importante papel de caráter social, a música é inclusiva. Um exemplo: há pessoas que mal sabem ler, ou escrever, ou são consideradas analfabetas, e cantarolam letras de música. Outras vezes, a música é usada para expôr a realidade social em que vive o músico. Várias ONG’s, Institutos, e outros, são criados com o intuito de ‘ajudar’, tendo como o ‘motivo’ a música. Mas como contra ponto são poucas as escolas que tem a disciplina música. E no Japão, a música desempenha algum caráter social?

Mamoru Morishita – Infelizmente no Japão as pessoas estão muito tecnológicas que esquecem que a música também é tecnologia, poucas pessoas estudam a música aqui. É claro que não temos os problemas sociais tão explícitos como no Brasil. Mas também não somos uma nação perfeita. Como eu acredito que a música humaniza. Ela é de suma importância para todos os japoneses, e as pessoas no mundo.

 

Obrigado pela entrevista, e pelo tempo dedicado. E nós brasileiros, que já amamos o seu trabalho, aguardamos ansiosamente pela a sua visita! Sinta-se a vontade para deixar um recado para os brasileiros: (sobre a sua expectativa).

Mamoru Morishita – Eu realmente amo o Brasil, e às vezes, penso que numa outra vida eu teria sido brasileiro. Com a entrevista você me fez ouvir tudo o que tenho de música brasileira. E sim, vai ser um prazer estar no Brasil em meio aos meus amigos. Obrigado aos brasileiros. Eu amo muito o Brasil.

 

Mídias: http://www5a.biglobe.ne.jp/~espre/
Canal no Youtube: Mamoru Morishita.

Entrevista, reportagem e tradução: Jornalista Luiz Camilo Zólio Caetano.
Editora-chefe: Marysa Sarmento.

 

 

LUIZ C. Z. CAETANO

LUIZ C. Z. CAETANO

Mineiro, de Belo Horizonte, gastrônomo, chef de cozinha internacional, crítico gastronômico, trabalha visando a segurança alimentar e nutricional desde 2006, apreciador de vinhos, um aficcionado por culturas, lugares, pessoas, paraísos e viagens. Dicas, como: destino, hotéis, restaurantes, aeroportos, roteiros, cultura, entretenimento, conforto e qualidade.