Grécia

O país famoso pela mitologia e por suas belas ilhas

Filósofos por natureza, os nativos da Grécia conhecem e valorizam muito toda a tradição e cultura de sua terra natal. Por isso, fazem questão de que todo o turista conheça porque o país, um verdadeiro museu a céu aberto, é sinônimo de conservação da história. Entretanto, engana-se quem pensa que se trata de um destino para aqueles que buscam paz, sossego e calmaria. Além de suas casinhas brancas inacreditavelmente construídas nos morros banhados pelos mares Jônico, Mirtoano e Egeu, a Grécia também é conhecida pela badalação. A vida noturna da capital, Atenas, tem seu ápice às 2h da madrugada de qualquer dia da semana, quando lotam as boates dos bairros Glyfada, na região litorânea, e os bares do Peristeri. Para completar, o berço da nossa civilização coloca à disposição um amplo leque de opções. Monumentos, 160 ilhas belíssimas, praias desertas e estruturadas, montanhas, atividades esportivas e excelentes restaurantes com certeza preencherão o tempo de quem se aventurar nesta viagem.

Por apresentar essa multiplicidade de roteiros, uma viagem para a Grécia pede uma visualização prévia daquilo que se busca. Cada região do continente, assim como cada grupo de ilhas, tem contrastes geográficos e arquitetônicos. Mesmo dentro de um grupo de ilhas, cada uma tem suas peculiaridades e identidade própria, o que as torna incomparáveis entre si. O interessante é, em caso de um passeio de poucos dias, escolher uma região apenas e explorar o que for possível, de preferência a pé. Do contrário perde-se muito tempo em barcos ou aeroportos, acabando por fazer uma visita superficial em cada lugar. Embora muito conhecida por suas ilhas, tem um continente rico em paisagens, vilarejos, rios, cachoeiras, praias e montanhas. Mas quais os principais locais para se visitar na Grécia?

Quem procura um encontro com a história, não pode deixar de visitar lugares medievais como Rodes, onde, exercitando a imaginação, é quase possível ver os cavaleiros pelas ruas e marcos religiosos. Montes Athos reúne mosteiros onde só é permitida a entrada de homens e Patmos é a ilha onde São João escreveu o Apocalipse. Já a ilha de Sifnos abriga uma pequena igreja do monastério Crisopigi. Entretanto, o que realmente nos faz viajar no tempo são os monumentos localizados na Acrópole, em Atenas: o Parthenon (438 a. C.), encomendado por Péricles em homenagem a Atena, deusa protetora da cidade; o Templo de Atena Nike, deusa da vitória; o Teatro de Herodes Atiço; o Teatro de Dionísio, de pedra e mármore, que abrigava até 17 mil pessoas já no século VI a.C.; a Agora Antiga, onde o filósofo Sócrates foi mantido preso antes de ser morto.

Uma unanimidade entre os conhecedores da Grécia está no pôr-do-sol da ilha de Santorini. Admirá-lo do alto de uma montanha é um dos momentos mais românticos que se pode testemunhar. Conhecida como a ilha preferida dos brasileiros, detém a famosa imagem das casinhas brancas nas montanhas e é tida hoje como a provável antiga cidade de Atlântida (sim, é aquela que foi submersa pela água). Entretanto, com a visível influência americana, o local apresenta preços mais salgados do que no restante do país. Entre as cidades destaques está Delos, com a linda Avenida dos Leões, que foi um importante centro político e religioso da antiguidade.

Mas quem sai em busca das estonteantes praias de águas de azul turquesa, encontrará inúmeras possibilidades. As paisagens dos mares Egeu e Jônico são estonteantes a ponto de colocar em dúvida a volta para casa. São exatamente aquilo que se imagina quando o assunto é “paraíso”. Durante o dia deliciar-se com um café-da-manhã ao ar livre, relaxar sob o calor do sol mirando a imensidão azul e visitar os lugares sagrados completam o roteiro. No final da tarde, para apreciar o momento em que o sol se põe, reserve um tempo para sentar-se num barzinho à beira-mar e provar aperitivos e beber um copo de ouzo, bebida típica grega semelhante ao arak. E depois de tantas atividades relaxantes, o ideal é estar preparado para a agitada vida noturna do local. É impossível citar todas as praias que arrancam suspiros com suas imagens, mas, entre as mais visitadas estão Navagio, em Zakinthos; Simou, na ilha do Peloponeso; Sineti, em Ciclades; Porto Katsiki, em Lefkada; Myrtos, em Kefalonia; Ilkaria; Praia Deserta, Kira Panagia e Apella em Dodecaneso.

Vale lembrar também que, assim como cada objetivo de viagem requer o planejamento de um roteiro específico, esse, por sua vez, depende da época do ano em que será feita a viagem. Para quem busca a parte histórica, qualquer época do ano é boa. Entretanto de novembro a março diminui muito o número de ferryboats que fazem a ligação entre as ilhas, dificultando a locomoção. Já para os que procuram praias, a partir da segunda quinzena de maio já é quente e o calor tende a aumentar progressivamente até julho e agosto, período no qual acontecem as férias escolares em toda Europa. Por isso, além de um calor muito forte, as ilhas estão normalmente lotadas, reduzindo a tranqüilidade na busca por hotéis e aumentando os preços.

Para quem vai no inverno, visitas às regiões montanhosas (Epirus, Tessália e Grécia Central) e à suas estações de esqui são obrigatórias, atentando sempre ao dirigir em função da neve. Nesta época, o ideal é esquecer as ilhas e focar-se em locais propícios ao clima, como o Peloponeso, que é lindo durante o outono e inverno. Como em qualquer outra época do ano, a vida noturna das grandes cidades, como Atenas e Thessaloniki, mantém-se muito animada, com os cafés e bouzoukias lotados pois, independente do clima, a vida dos gregos é estar com os amigos nas ruas.

Com tudo isso em mente e em mãos, respire fundo, prepare-se e aproveite o passeio mais enigmático e sedutor da sua vida.

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Matéria publicada na Revista Classic Life – Edição nº 12
Reportagem por Sabrina Gisele Becker
Jornalista – Mtb 13261